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H. tem onze anos, uma menina doce e estudiosa que devia preocupar-se com as saidas com as amigas, os cantores preferidos, os filmes mais recentes, mas em vez disso transformou-se na tradutora de uma familia destroçada.
Com cuidado ela transmite-me o que se passou hoje, com extrema preocupação de não esquecer nada.
“a policia saiu da nossa casa há minutos. Empurraram as mulheres, a minha avó….
A minha avó só dizia: prenderam o meu filho e ele é inocente
Eles empurravam-nas e diziam têm que acabar com isto entrem para dentro de casa, calem-se, tirem as fotografias das paredes”
H. para, ouve o que esta a dizer a mãe
“a mamã diz para te dizer o que disse a avó…
Eram muitos
Ela vai te enviar os videos…”
Este relato chega de El Aaiun, dos territórios ocupados do Sahara Ocidental, da casa da familia de Sidi Abdallahi Abbahah, preso politico saharaui do grupo de Gdeim Izik, em greve de fome desde dia 9 Março.
Abdallahi filho de Ahmedsidi, filho de Mamia, irmão, tio desta menina que se transforma em tradutora e relatora de violência.
“Diz à tua mãe se faz favor que escrevi tudo e que as mulheres da tua familia são muito valentes, tu és muito valente”, H não vê as lágrimas que escorrem pela minha cara.
Lágrimas de quem não quer um mundo com meninas tradutoras de horrores.
“gosto muito de ti” assim se despede a menina da infância roubada, mais uma vitima da ocupação marroquina que se recusa a ser vitima e é na verdade mais uma heroina saharaui.
E hoje porunsaharalibre.org decidiu transmitir vos esta notícia através da voz de H.