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PUSL.- Ontem à noite foi publicado um comunicado pela SPS (agência oficial de notícias da República Saharaui) em que fontes do Ministério da Defesa Nacional saharaui confirmaram que as forças do ELPS (Exército de Libertação do Povo Saharaui) realizaram um novo ataque com mísseis contra a região de El Guerguerat, extremo sul do Sahara Ocidental, onde Marrocos abriu uma brecha ilegal na zona tampão.
Um dos alvos atingidos pelos misseis foi o posto alfandegário ilegal que o Reino de Marrocos colocou na brecha por onde passam os camiões carregados dos recursos naturais roubados nos territórios ocupados, produtos agrícolas e também narcóticos e contrabando cujo destino são os países africanos a sul do Sahara Ocidental.
Estes últimos ataques que seguem mais de 600 bombardeamentos ao longo do muro militar marroquino de 2720km de extensão, inclusive bombardeamentos no sul de Marrocos na fronteira com os territórios ocupados, mostram a intensificação, expansão e destruição dos ataques contra as tropas marroquinas. Note-se que este é também um aviso aos civis e as empresas que usam a passagem ilegal.
O Ministério da Defesa da República Saharaui tinha anunciado numa conferência de imprensa a 21 de Janeiro que o Exército Saharaui vai alargar o âmbito das suas operações militares do sul de Marrocos ao sul do Sahara Ocidental, de forma a abranger todos os sectores e defesas onde as tropas marroquinas estão localizadas nos territórios saharauis.
O silêncio de Marrocos e das Nações Unidas
“Uma das principais tarefas da MINURSO é a monitorização do cessar-fogo no Sahara Ocidental” pode-se ler na página oficial da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental, não obstante não se vê nenhum dos Barretes Azuis a monitorar nada, nem há qualquer tipo de informação sobre o fim do cessar fogo na página.
Marrocos continua insistentemente a negar a existência de guerra apesar dos ataques constantes e diários da Polisario. A grande preocupação de Marrocos era continuar com a brecha ilegal de El Guergarat transitável visto ser actualmente a melhor e mais eficaz rota para todo o seu tráfico de produtos roubados e narcotráfico. Numa campanha contínua de desinformação Marrocos tenta enganar o povo marroquino e a comunidade internacional. Uma tarefa que se torna cada vez mais difícil na era das redes sociais. Um “exercito” marroquino da Internet com milhares de pessoas dedica-se a tempo inteiro à destruição, boicote, “hackear” e apagar quaisquer noticias por parte de cidadãos marroquinos que denunciam a guerra. Mas também atacam as páginas e contas de saharauis e pessoas ligadas ao movimento solidário.
Diversos áudios circularam nas redes sociais dos motoristas marroquinos dos camiões que estavam no local quando se deram os ataques de ontem à noite. Nos áudios que publicaram enquanto fugiam do local ouvem-se exclamações de medo e os ruídos dos misseis e explosões. Os motoristas enviaram avisos para que aqueles que ainda estivessem a caminho de Guergarat voltassem para trás, que a Guerra era verdadeira.
Como este ataque foi noticiado por vários meios de comunicação social internacionais, Marrocos não teve outro remédio que quebrar o silêncio.
De acordo com um alto funcionário marroquino contatado pela AFP em Rabat, trata-se de “Um ciclo de assédio”. “Houve tiros de assédio próximo à área de Guerguerat, mas não afetou a estrada principal, o trânsito não foi interrompido”. “Faz parte de um ciclo de perseguições há mais de três meses” e “já se arrasta há algum tempo, há uma vontade de criar uma guerra de propaganda, uma guerra de comunicação social, sobre a existência de uma guerra no Sahara “, mas” a situação é normal”, garantiu.
Conclui-se então que para o governo Marroquino ser bombardeado com misseis “é absolutamente normal” e desde que o tráfego continue a fluir não importa nada o que acontece ao redor.
Tenha-se em atenção que na declaração não houve menção a civis, nem aos motoristas o que faria esta declaração bastante mais credível e mostraria alguma preocupação com a vida humana.
1 thought on “Polisario bombardeia brecha ilegal de El Guergarat a Guerra intensifica-se, Marrocos calado”
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