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horizons.dz.- O ministro saharaui dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Salem Ould Salek, afirmou que o regime de ocupação marroquino pretende, através das suas práticas, implementar agendas externas subversivas que visam a paz e a estabilidade na região, indicando que também procura minar a coesão e a unidade dos países e povos da União Africana (UA).
A reacção do ministério saharaui segue-se à declaração emitida pelo ministério marroquino dos Negócios Estrangeiros após a recepção do Presidente saharaui, Brahim Ghali, pelo seu homólogo tunisino, Kaïs Saïed, no quadro da 8ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD 8), agendada para sábado e domingo em Tunis.
Segundo o ministério saharaui, a recepção do Sr. Ghali pelo presidente tunisino faz parte da “igualdade de tratamento de todos os chefes de Estado e de governo e delegações membros da UA recebidos no aeroporto internacional de Cartago”, relata a Agência noticiosa saharaui (SPS). Acrescentou que “o novo comunicado marroquino foi formulado erradamente numa linguagem de arrogância e desprezo pela Tunísia, que agiu como país anfitrião da Conferência e cujo dever é acolher os países membros da UA, em conformidade com as resoluções da organização pan-africana e os protocolos que regem tais eventos”.
“Estas práticas (marroquinas) só podem ser justificadas por agendas ocultas, especialmente relacionadas com a implementação de agendas externas subversivas que visam a paz e a estabilidade na região. Desde a adesão do Reino de Marrocos à UA, a República Saharaui tem advertido constantemente que o regime marroquino procura, acima de tudo, minar a coesão e unidade dos países e povos da UA”, acrescentou a mesma fonte. “Parece que Marrocos só está a retroceder, recorrendo novamente à política de cadeiras vazias adoptada nas décadas de 80 e 90 do século passado. O Estado de ocupação marroquino, cada vez mais isolado, está a lutar para quebrar o impasse, especialmente face à negação pela comunidade internacional da soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental. Também está a lutar perante o facto de a República Saharaui constituir uma realidade nacional, regional e internacional inegável e irrevogável.
“Desde a sua adesão à UA em 2017, o Reino de Marrocos participou, ao lado da República Saharaui, em todas as cimeiras, conferências, seminários e actividades da União, da qual a República Saharaui é membro fundador”, após o Reino ter, naturalmente, assinado o Acto Constitutivo da UA e publicado a sua ratificação no seu jornal oficial, salienta o comunicado.
Marrocos também participou, tal como a República Saharaui, na quinta cimeira UA-UE realizada em Abidjan em 2017, “e durante a qual o reino ocupante se colocou de lado e aceitou a decisão da UA sobre o direito dos Estados membros de participar em todas as conferências e eventos da UA”.
O Reino participou também na 6ª Conferência TICAD em Moçambique em 2017, mais uma vez na presença da delegação saharaui, e apesar do comportamento agressivo demonstrado pela delegação marroquina, o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino não emitiu qualquer declaração como fez contra a Tunísia.
O presidente saharaui, juntamente com os seus homólogos africanos, assistiu, uma vez mais, à 7ª Conferência TICAD em Yokohama (Japão), em Agosto de 2019, na presença de uma delegação marroquina. No entanto, o Reino não protestou nem se retirou, nem chamou o seu embaixador no Japão, conclui a declaração.