Ould Salek acredita que o Marrocos esta encurralado e foi condenado a respeitar a soberania do povo saharaui

P160724-1324 de julho de 2016, lexpressiondz.com

“Sucessivos fracassos de Marrocos a nível regional e internacional levaram o reino a realizar manobras, como é hábito fazer, mas esta operação é, de facto, condenada ao fracasso”, disse ontem o ministro das Relações Estrangeira Saharaui, M. Ould Salek, durante uma conferência de imprensa na sede da Embaixada do Sahara Ocidental, em Argel.

“Marrocos não está a pedir para reintegrar-se numa organização da qual era um membro; está a pedir para integrar uma nova organização chamada União Africana.

Além disso, a integração na União Africana não pode ser feita através de requerimento ou moção apresentada por países terceiros, tem que ser de acordo com o artigo 29 do regulamento de base da União, que afirma que “todos os países africanos que desejam integrar a organização após a entrada em vigor do regulamento, têm que dar entrada do pedido no secretariado antes de este ser aceite. ” É preciso, além disso, que a maioria dos países membros respondam favoravelmente ao pedido expresso de integração.

O artigo 4º do Regulamento defende ainda que se tem que “respeitar as fronteiras estabelecidas durante a independência” e o artigo 3º do regulamento exige que todos os membros da UA “defendam a soberania, unidade e independência dos países membros “, o ministro, acrescenta, que, tendo em consideração estes elementos, Marrocos continua a ser um país inelegível para a adesão à União Africano sob as condições atuais. M. Ould Salek acrescentou que “a decisão de Marrocos de procurar a integração na União Africana” é consequência das pressões que sofre da Organização das Nações Unidas.

“Quando Marrocos sofreu pressão da União Africana o Reino transfere a questão do Sahara para a ONU e quando essa organização exerceu pressão, tentou novamente colocá-lo nas mãos da UA” explicou Ould Salek antes de indexar as práticas marroquinas e compará-los com as de Israel na Palestina. “Marrocos no Sahara Ocidental faz exatamente o que Israel está a fazer na Palestina. Mata, tortura, extermina “,afirma Salek. Questionado sobre as razões pelas quais Marrocos quer integrar a União Africano uma vez que o Reino de Marrocos mantém de maneira mais ou menos estável relações bilaterais com mais de 20 países africanos,
M.Ould Salek disse que Marrocos baseia toda a sua política estrangeira em mentiras e manipulação. “Marrocos realmente tem boas relações com apenas quatro países africanos. E quando o rei viaja em África, é a esses países que vai com o objectivo de fazer passar politicamente operações de lavagem de dinheiro da droga que transporta.

Ele está a tentar espalhar a ideia de que Marrocos está bem e que a economia marroquina é saudável. Isso está errado. Todos os relatórios internos marroquinos dizem que a situação é muito má.

Marrocos está isolado em África ao contrário do que afirma. Através do seu pedido de adesão à União Africana, pretende fazer uma diversão após o fracasso retumbante que acaba de sofrer com o regresso da MINURSO, mas as suas manobras não enganam ninguém, ” e o ministro acrescenta que o Reino de Marrocos, embora imite Israel em todas as suas ações, não é suficientemente forte para enfrentar as Nações Unidas e outras instituições internacionais e regionais, razão pela qual tenta mudar a espingarda de ombro sempre que é encurralado.
“O Marrocos disse que 28 países apoiavam a sua pretensão. É uma mentira.
Há quatro países que o apoiam e são conhecidos: Senegal, Burkina Faso, Gabão e Costa do Marfim.

O governo marroquino é um poder de apartheid e não é elegível para a adesão na União Africana, uma organização que trabalha para a paz em África.
A UA não aceita países coloniais dentro da organização”, observou, antes de concluir com uma nota da sabedoria: ” Se Marrocos quer realmente uma solução, o caminho é claro: deve terminar o seu projecto de colonização do Sahara Ocidental. “