Conferência de Imprensa do Conselho de Segurança sobre o regresso do contingente civil da MINURSO

consejo-seguridad-onu

26 de julho de 2016, porunsaharalibre.org

A conferência de imprensa iniciou-se com mais de 2 horas de atraso às 22h15 (hora de Lisboa).

Koro Bessho, o actual presidente do Conselho de Segurança iniciou a conferência de imprensa informando que o Conselho tinha recebido informação sobre a situação actual da MINURSO através de uma apresentação do Vice Secretário Geral para as Missões de Paz, Hervé Ladsous e da actual, representante especial do Secretário Geral para o Sahara Ocidental e Chefe da MINURSO; Kim Bolduc.

Esta reunião foi realizada de acordo com a resolução 2285 para o acompanhamento do regresso do contingente civil da MINURSO expulso por Marrocos em Março deste ano.

Informou que se tinha registado progressos e que o Conselho de Segurança saúda estes avanços, tendo regressado ao terreno 25 funcionários dos 73 que foram expulsos.

Salientou que uma maioria dos membros do Conselho de Segurança apela para um regresso rápido às negociações entre as partes (Marrocos e Frente POLISARIO) para que se possa chegar a uma solução política que conduza à autodeterminação do Povo Saharaui.

Os vários jornalistas presentes perguntaram repetidamente quais os passos seguintes para que possam regressar os restantes funcionários, ao que Bessho respondeu que o que era importante não era o número de funcionários mas sim o regresso à funcionalidade completa da Missão.

Tanto o secretariado como os vários membros do Conselho de Segurança concordam que ainda não se atingiu o objectivo de regresso à funcionalidade plena, e que será necessário fazer mais diligências, recusou-se a dar detalhes sobre a discussão, dizendo que achava desnecessário dar essa informação.

À pergunta se foi discutida a carta enviada pela Frente POLISARIO aos membros do Conselho de Segurança onde se falava da urgência de regressar às negociações, Bessho respondeu que não foi discutida a carta em si, mas que como tinha referido há um desejo do Conselho de Segurança que se regresse rapidamente à mesa de negociações. Informou ainda que o CS vai acompanhar esta questão não havendo nenhuma data especifico para fazer um ponto de situação.

O embaixador de Marrocos, Omar Hilale, tomou o palco, declarando que Marrocos foi elogiado pelos esforços realizados e que os membros do CS concordaram com o “pacote” acordado entre o Reino de Marrocos e o Secretariado para que se possa alcançar a plena funcionalidade da MINURSO, no quadro do seu mandato e de acordo com as sucessivas resoluções do CS.

Realçou que os membros do CS felicitaram Marrocos e elogiaram a posição de Marrocos ao permitir à MINURSO funcionar mesmo durante “a crise”.

Segundo Hilale a crise entre o secretariado do CS, a ONU e o reino de Marrocos terminou.

Para o embaixador de Marrocos foi muito positivo o debate e disse que Marrocos irá honrar a confiança depositada. Repetiu mais uma vez que os membros do CS tinham elogiado Marrocos pelo pacote acordado.

No tempo de perguntas e respostas, recusou-se a falar em números de funcionários que irão regressar, classificando como microgestão do Secretariado, o eventual regresso de funcionários. Continuou a dizer que o número não era importante frisando que o importante era a plena funcionalidade.

Interpelado por Matthew Russell Lee, da Innercitypress sobre as manobras de Marrocos na União Africana. O Embaixador disse que havia uma carta de 28 membros da UA pedindo a adesão de Marrocos e a suspensão da RASD.

Reafirmou que Marrocos cumpre sempre o que promete e que vai respeitar o pacote negociado.

Hilal salientou que não houve nenhuma critica a Marrocos por parte do secretariado do CS.

Esta conferência de imprensa foi pautada pela falta de informação detalhada, sobre os contornos da discussão, sobre os passos seguintes e sobre o número de funcionários que irão regressar à MINURSO.

Não há nenhuma data limite imposta a Marrocos, e não se sabe qual o “pacote” acordado entre Marrocos e o secretariado do CS.

Mais, não houve segundo o que se pode ouvir nesta conferência de Imprensa, nenhuma critica à atuação de Marrocos em todos este processo.

Fala-se na necessidade urgente de regresso à mesa das negociações das partes, para alcançar a autodeterminação do povo saharaui, mas também aqui se fica por frases de circunstância e um conjunto de intenções, sem qualquer indicação de data.

No que respeita a União Africana e a adesão de Marrocos, porunsaharalibre recorda o comunicada da UA onde fica claro que não há nenhum pedido oficial de adesão por parte de Marrocos, nem existe a possibilidade de expulsão da RASD: https://es.scribd.com/document/319389083/UNIA-O-AFRICANA-Marrocos-Julho-2016

 

Conferência de Imprensa:

POR UN SAHARA LIBRE .org - PUSL
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.