Uruguai, Angola e Venezuela incomodados com política de procrastinação de Marrocos

cs

29 de julho de 2016, porunsaharalibre.org

A conferencia de imprensa de 27 de Julho, dada pelo presidente do Conselho de Segurança, o japonês Bessho não refletem a verdade sobre a discussão em torno da MINURSO e das ações de Marrocos na questão do Sahara Ocidental.

A conferencia de imprensa que se iniciou duas horas após o previsto, na passada 4a-feira, e na qual o actual presidente do Conselho de Segurança disse que “dá as boasvindas ao progresso alcançado até agora e o esforço de todas as partes para o regresso o retorno à plena capacidade da Minurso” e na qual elogiou os esforços de Marrocos, não foi fiel ao que realmente foi dito durante a reunião do CS denunciaram Venezuela e Uruguai.

Venezuela exige esclarecimentos a Bessho

Segundo notícia da EFE, Rafael Ramirez, Embaixador da Venezuela, disse na 5a-feira que o seu país não está satisfeito com os esforços que têm sido realizados até agora para o regresso da equipa expulsada e, especialmente, com o “ritmo” marcada por Marrocos.

“Infelizmente, o presidente do Conselho de Segurança disse que o Conselho de Segurança manifestou a sua satisfação e isso não é verdade”, Ramirez, anunciou que vai solicitar esclarecimentos a Bessho.

Uruguai e Venezuela, dois países da América Latina do Conselho de Segurança demarcaram-se das Declarações feitas pelo presidente deste órgão, o japonês Koro Bessho, e deixaram claro que há divisão de opinião e posicionamento entre os quinze membros em torno desta questão.

“Quero deixar as coisas claras. Houve consultas, mas o Conselho não chegou a conclusões”, disse hoje o embaixador uruguaio na ONU, Elbio Rosselli, que disse que alguns países realmente deram as bem-vindas, mas outros mostraram uma opinião diferente.

Uruguai diz que não se pode falar em progressos

Para o Uruguai, não se pode falar de progresso quando nem sequer se voltou à situação que se tinha em março passado, quando Rabat decidiu expulsar 73 funcionários civis da MINURSO em resposta às declarações do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Por agora, Marrocos aceitou o regresso de 25 desses funcionários, grupo esse que de acordo com a ONU constitui a primeira fase de um regresso gradual da missão à sua “plena capacidade”.

O embaixador da Venezuela, Rafael Ramirez, disse ontem que o seu país não está satisfeito com os esforços que têm sido realizados até agora para o regresso da equipe expulsa e especialmente com o “ritmo” marcado por Marrocos.

“Infelizmente, o presidente do Conselho de Segurança disse que o Conselho de Segurança manifestou a sua satisfação e isso não é verdade”, disse Ramirez, que anunciou que vai solicitar esclarecimentos a Bessho.

Vários países muito desapontados – ausência de garantias de Rabat

A Venezuela e outros países, sublinhou Ramirez, estão “muito desapontados” com o regresso lento dos funcionários e a ausência de “qualquer garantia” por Rabat.

“Marrocos está a apostar em ganhar tempo num processo que continua em violação à última resolução aprovada apelando à restauração da MINURSO”, disse.

Uruguai, Angola e Venezuela incomodados com política de procrastinação de Marrocos

De acordo com Ramirez, “alguns países estão a tentar manter em silêncio sobre o assunto”, enquanto outros, como o Uruguai, Angola e Venezuela deixaram claro o seu “incómodo” para a “política de procrastinação por Marrocos”.

Acordo anunciado pela Secretaria-Geral da ONU e o Governo marroquino desconhecido de membros do Conselho de Segurança.

Tanto o embaixador da Venezuela como do Uruguai disseram que não receberam informações sobre o alegado acordo anunciado pela Secretária-geral da ONU e o Governo marroquino para garantir o retorno à normalidade da missão.