Comunicado da Delegação da Frente Polisario em Portugal

frente polisarioDelegaçao da Frente Polisario em Portugal
29 de de agosto de el año 2016

Violação de cessar fogo por parte de Marrocos e escalada de tensão na zona do Sahara Ocidental

Dia 28 de Agosto parte do contingente militar da República Árabe Saharaui Democrática deslocou-se para a zona de Guergarat onde se encontram centenas de militares e civis marroquinos numa clara violação do acordo de cessar-fogo desde o passado dia 11 de Agosto, sem qualquer impedimento por parte da Missão da ONU para o Sahara Ocidental.

A 29 de Agosto o Conselho de Ministros Saharaui responsabilizou as Nações Unidas e o Conselho de Segurança da violação marroquina sem precedentes do cessar-fogo, convidando-os a tomar imediatamente as medidas necessárias para acabar com as práticas desta violação.

O Conselho de Ministros exigiu a retirada de todo o arsenal e militares e elementos civis marroquinos da zona de separação de Guergarat, a sul da República Saharaui, alertando que qualquer inação ou passividade, seria considerado um sinal de luz verde às autoridades de ocupação marroquina para prosseguirem a sua política de intransigência, escárnio e agressão que ameaçam seriamente a paz e a segurança na região “.

A este respeito, o Presidente da República e Secretário-Geral da Frente POLISARIO disse: “Este comportamento das autoridades de ocupação marroquinas só pode ser entendido como um sinal de sua intransigência, imprudência e desafiando a lei internacional e violação dos seus compromissos internacionais, como reação ao isolamento regional, continental e internacional “.

Foram necessários 18 dias de violação do cessar-fogo por parte de Marrocos e a deslocação do contingente militar saharaui à zona para que fosse emitido um comunicado pelo SG da ONU.

A declaração lida pelo porta-voz de Ban Ki-Moon a 28 de Agosto sobre esta violação do cessar fogo limitou-se a referir a profunda preocupação do SG com a situação tensa que se desenvolveu na faixa tampão no sudoeste do Sahara Ocidental entre o muro marroquino e a fronteira mauritana, como resultado de mudanças no status quo e da introdução de unidades armadas de Marrocos e da Polisário em estreita proximidade uns dos outros.

O Secretário-Geral exortou ambas as partes a suspender qualquer ação que altera esse status quo e para retirar todos os elementos armados de modo a evitar qualquer nova escalada e permitir à MINURSO manter discussões com ambas as partes sobre a situação. O Secretário-Geral sublinhou a importância para ambas as partes de respeitar as suas obrigações de acordo com o contrato militar número 1, e a necessidade de respeitar a letra e o espírito do acordo de cessar-fogo.

Numa carta a Ban Ki-moon, o presidente da República e Secretário-Geral da Frente Polisário informou a 15 de agosto de 2016, as Nações Unidas, que a partir de 11 de agosto de 2016, as forças de ocupação o marroquinas no Sahara Ocidental, cruzaram o muro militar marroquino em várias ocasiões para penetrar na área Guergarat, localizado na área de Bir Gandus, adjacente à primeira região militar saharaui.

A Frente Polisario, na sua carta a Ban Ki-moon exigiu a presença da MINURSO no campo para evitar tais provocações que ocorrem numa área sob a responsabilidade das Nações Unidas.

A 20 de Agosto a Secretaria Permanente do Secretariado Nacional da Frente Polisario apelou, às Nações Unidas e ao Conselho de Segurança da ONU para estabelecer um posto de controle e observação permanente na área da Guergarat para prevenir novas violações marroquinas do cessar fogo assinado entre a Frente Polisário e Marrocos em 1991.

Marrocos deslocou maquinaria, contingente civil e militar para a zona junto da fronteira Mauritânia para avançar em 7 km a fronteira e implementar a sua presença militar numa área que não está sob o seu controle.

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Apesar dos vários apelos da Frente Polisario e das reuniões do Conselho e Segurança sobre esta violação, não houve nenhuma atuação por parte da ONU, nem nenhum alerta a Marrocos para se retirar da zona.

A monitorização do cessar-fogo está sob a responsabilidade da MINURSO (Missão da ONU para o Sahara Ocidental), missão esta que viu o seu contingente significativamente reduzido com a expulsão de mais de 80 funcionários por Marrocos. Apesar da decisão do Conselho de Segurança o contingente ainda não está não atingiu nem a sua funcionalidade nem regressaram os membros expulsos na sua totalidade.

Delegação da Frente Polisario em Portugal
29 de Agosto de 2016

POR UN SAHARA LIBRE .org - PUSL
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