Num discurso de aproximadamente 18minutos António Guterres optou por não mencionar nenhum conflito específico mas enfatizar a necessidade da eficácia das Nações Unidas e dos seus mecanismos.
Guterres que discurso nos três idiomas europeus oficiais da ONU (inglês, francês e espanhol) mostrou-se preocupado com os desafios que enfrenta atualmente o mundo, e que os vários avanços nos últimos anos, ao nível da globalização e das tecnologias também resultaram em maior instabilidade, violência e conflito. “A globalização fez aumentar as desigualdades. Muita gente ficou para trás, incluindo nos países desenvolvidos”, disse Guterres.
“A ONU deve estar preparada para mudar”, afirmou Guterres, falando da “incapacidade” das Nações Unidas para prevenir crises. …Devemos duplicar os esforços para resolver os conflitos…., ”
“A prevenção é o que os fundadores das Nações Unidas nos pediram para fazer. É a melhor forma de salvar vidas e de reduzir o sofrimento humano. Onde a prevenção falha, devemos fazer mais para resolver conflitos”, considerou.
Esperamos que o novo SG recorde o que disse hoje quando tiver sobre a mesa o tema do Sahara Ocidental, onde é essencial a prevenção de uma guerra, sobretudo quando todos os mecanismos para se resolver e terminar o conflito estão nas mãos das Nações Unidas.
“Estou preparado para me envolver pessoalmente na resolução de conflitos onde isso trouxer um valor acrescentado, reconhecendo o papel de liderança dos Estados-membros”, afirmou.
Falando nos capacetes-azuis, Guterres disse que por vezes são chamados a manter a paz que não existe.
Mais uma vez estas palavras e a caracterização aplicam-se que nem uma luva ao conflito do Sahara Ocidental, onde está estacionada a MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental).
O secretário-geral designado pediu uma “reforma global da estratégia das Nações Unidas” ao nível da manutenção de paz.
“A ONU nasceu da guerra, temos que estar aqui para a paz”, indicou Guterres.
O nosso dever, afirmou, “é trabalharmos juntos para passarmos de ter medo uns dos outros, para confiar uns nos outros”, indicou.
As três áreas prioritárias para Guterres são paz, desenvolvimento e organização interna.
Gueterres pediu mais eficácia e menos burocracia, dizendo que não pode demorar nove meses a destacar alguém para o terreno.
Também aqui podemos dar o exemplo dos funcionários da MINURSO que foram expulsos no inicio deste ano por Marrocos do Sahara Ocidental e até hoje não está terminado o regresso na totalidade deste contingente e o prazo dado pelo CS a Marrocos não foi respeitado.
Terminou prometendo: “Farei o meu melhor para servir a nossa humanidade”.