Detenções e greves de fome e julgamentos de presos políticos saharauis

PUSL.- O regime de ocupação marroquina continua a sua onda de detenções arbitrárias de activistas saharauis.

Na passada quinta-feira, 25 de Abril, Zein Abidin Salek “Bounaaje”, um ex-preso político saharaui, foi detido e enviado sábado à prisão negra de El Aaiun, conhecida pelas suas duras condições.

Zein Abidin Salek “Bounaaje vai ser apresentado hoje a tribunal e é acusado de posse de droga, embora o motivo real tenha sido a sua participação numa manifestação pacífica na quinta-feira, quando a população saharaui de El Aaiun foi à rua exigir a autodeterminação e o fim da ocupação ilegal por Marrocos. Esta manifestação foi organizada pela Coordenadora das Associações de Direitos Humanos Saharauis.

O julgamento do activista saharaui Ali Saadoni, que foi adiado duas vezes, também está agendado para hoje.

Saadoni iniciou uma greve de fome no dia 15 de abril, estando agora no seu décimo quinto dia de protesto.

O activista saharaui denunciou no tribunal que foi torturado e que estava em greve de fome em protesto contra os maus-tratos, torturas e acusações fabricadas contra ele. Ele também negou que tenha assinado o documento policial que continha declarações falsas.

O preso político saharaui Lahoucine Amaadour (nome saharaui Husein Bachir Brahim) foi detido a 17 de Janeiro e está detido arbitrariamente há 103. O seu julgamento foi adiado para 11 de junho.

Amaadour entrou em greve de fome em 9 de abril contra os graves maus-tratos e negação arbitrária de visitas familiares e procedimentos ilegais a que foi submetido, sendo hoje o 21º dia de protesto.

O jovem activista e líder do movimento dos estudantes saharauis foi colocado numa cela isolada no bloco reservado aos terroristas na prisão de Oudaya, Marrakesh, depois de ter iniciado a sua greve de fome. A última vez que a família falou com ele, ainda não tinha recebido nenhuma assistência médica nem a direção da prisão tinha iniciado qualquer negociação.