PUSL.- Segundo várias fontes no terreno, a cidade de El Aaiun no Sahara Ocidental ocupado, continua a ser palco de detenções, identificação e rusgas a casas de saharauis.
As autoridades de ocupação marroquinas desde 19 de Julho que mantêm a cidade de El Aaiun e outras cidades dos territórios ocupados sob um controle extremo tendo transferido milhares de membros das várias forças policiais, militares, paramilitares e auxiliares que se juntaram ao enorme contingente presente.
“Não podemos ser vistos nas ruas, a policia continua a fazer buscas e a deter jovens saharauis, querem ficar com o máximo de nomes nas suas listas e mais tarde irão utilizar muitas destas detenções arbitrárias e identificações para nos levar a tribunal a seu belo prazer.” T, 17 anos.
Segundo vários activistas saharauis de direitos humanos os menores que foram detidos nos últimos dias foram libertados, mas muitos outros continuam em prisões e esquadras da policia.
Marrocos tenta ao máximo incutir o terror na população saharaui nos territórios ocupados. A demonstração de união e força dos saharauis, a que assistiram durante a celebração da vitória da Equipa Argelina na Copa das Nações Africanas e que se transformaram rapidamente na exigência da autodeterminação, foi um alerta a Marrocos, mas também à comunidade Internacional. Os saharauis nunca irão aceitar a ocupação marroquina.
“Os últimos dias foram um sinal muito claro para Marrocos. Se pensava que os jovens tinham aceite a ocupação estão muito enganados. E é essa a razão pela qual não querem fazer o referendo! A Polisario em determinado momento até propôs que os colonos votassem e foi Marrocos que o rejeitou. Nem nos próprios colonos confia Mohamed VI. Sabem que a sua presença aqui, esta ocupação só é possível através de um regime de terror, silencio, detenções e sequestros e violações constantes de todos os nossos direitos! Se as Nações Unidas quiserem respeitar as suas resoluções, muito bem. Se não quiserem nós iremos encontrar uma solução. É uma pena que sejam todos uns mentirosos.” R, 21 anos.
Mohamed Salem Ould Salek, ministro dos Negócios Estrangeiros da República Árabe Saharaui Democrática também alertou a comunidade internacional “A paciência dos saharauis tem limites. É tempo de a ONU assumam as suas responsabilidades… A comunidade internacional deve saber que é muito difícil manter o povo saharaui na expectativa e que essa situação provoca uma frustração muito profunda em todos os saharauis (…) É necessário ter isto em consideração antes que seja demasiado tarde”.
A violência a que estão expostos os saharauis nos territórios ocupados teima a não ser noticia no mundo, mas isso não significa que a situação está resolvida ou que os saharauis tenham aceite a ocupação marroquina.