PUSL / Jornal Tornado.- De acordo com um artigo publicado na CR Digital Magazine, um portal on-line da construção africana, o governo de Marrocos anunciou planos para construir um porto de de mil milhões de dolares em Dakhla, uma cidade com uma população de cerca de 100.000 habitantes nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
Este porto e os projetos de mais de 7 mil milhões de dolares que Marrocos planeou para os territórios ocupados mostram o compromisso e a intenção de Marrocos de continuar a explorar os recursos naturais do Sahara Ocidental e manter a ocupação. Não há intenção de honrar a resolução das Nações Unidas nem de iniciar qualquer diálogo ou negociação credível com o representante legítimo do povo saharaui, a Frente Polisario.
Um comité, organizado pelo Ministério de Equipamento e Transporte; cujo mandato será o de supervisionar a construção já foi implementado e deve lançar licitações para o mega projeto antes do final do ano. O porto deve estar construido no prazo de sete anos, de acordo com as autoridades marroquinas.
Seis novos portos são anunciados pelo governo marroquino a serem construídos até 2030 no que eles chamam de “Estratégia Nacional de Portos” no sul de Marrocos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
A “Estratégia Nacional dos Portos” foi anunciada pelo próprio rei marroquino Mohamed VI em novembro de 2015. No seu discurso, Mohamed VI disse que o objetivo era “integrar as províncias numa pátria unificada”. A terminologia oficial marroquina e a linha vermelha são usadas pelo rei e pelos marroquinos ao falar sobre o Sahara Ocidental ocupado, que eles chamam de “províncias do sul” ou “Sahara marroquino”.
Portos, Aeroportos e Ferrovias
O chamado “modelo de desenvolvimento” anunciado, que na realidade é um “modelo de ocupação” inclui aeroportos e uma ferrovia entre Tânger e Lagouira, o ponto mais ao sul do Sahara Ocidental.
Lagouira, no entanto, não está sob ocupação, está localizada nos territórios libertados do Sahara Ocidental e, Marrocos ao construir e estabelecer-se aí, estaria a cometer um Ato de Guerra não apenas contra a SADR (República Democrática Árabe do Saharaui), mas também contra a vizinha Mauritânia.
Esta cidade abandonada é também o único acesso atual ao Oceano Atlântico pela SADR e pela Frente Polisario.
Marrocos tem o controle de parte do território do Sahara Ocidental, incluindo todas as principais cidades e recursos naturais, que explora em violação ao Direito Internacional.
A ONU considera a Frente Polisario o representante legítimo do povo saharaui e sustenta que os saharauis têm direito à autodeterminação.