PUSL.- O grupo de jovens estudantes que estão em protesto desde 1 de Outubro em Rabat em frente ao edifício da Universidade revindicando o seu direito de matriculação foram atacados esta quinta-feira à noite pelas autoridades marroquinas.
Como se pode ouvir e ver nas imagens os jovens foram atacados por elementos da policia marroquina com bastões. 4 dos jovens, Hamza Bouhriga de 22 anos, Yousef Bougharyon de 23 anos, Mohamed Sghir de 22 anos Mohammed Bah de 26 anos ficaram feridos com alguma gravidade. Hamza Bouhriga foi transportado para o hospital.
Apesar do ataque e intimidação os jovens saharauis regressaram ao protesto no dia seguinte, Sexta-feira.
Oito estudantes, foram impedidos de se matricularem na Universidade de Rabat nos cursos de Direito e Ciências Sociais. Foi-lhes dito pelos funcionários que a Direcção da Universidade alega, que não têm direito a matricular-se por não serem residentes em Rabat nem terem nos seus documentos de identificação emitidos em Rabat.
Este argumento não é, no entanto, aplicado aos Marroquinos que chegam de todo o reino de Marrocos e inclusive dos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
Esta medida não é única relativamente aos estudantes saharaui que encontram ano após ano mais dificuldades de perseguirem os seus estudos superiores.
Como o Sahara Ocidental está sob ocupação marroquina e repleto de colonos a estratégia adoptada por Marrocos é de erradicação da população saharaui por todos os meios, seja através do empobrecimento forçado ou empurrar os jovens a emigrarem de forma ilegal. A atenção médica é negligente ou inexistente.
A presença de jovens estudantes saharaui tem sido uma dor de cabeça continua para Marrocos, ao estarem em contacto com jovens marroquinos fora dos territórios ocupados a manipulação da informação dada pelos canais oficiais é exposta e denunciada.
“Este não é o único caso, temos jovens que são impedidos de matricular, que não têm acesso aos campus universitários, ou que já estão nos cursos mas cujo tratamento pelos professores e administração das Universidades é de actos de puro racismo. Há cursos aos quais nunca temos acesso como medicina, física, química entre outros. Isto não se passa apenas em Rabat que está a 1200km da nossa terra, acontece em todas as universidades de Marrocos e tem vindo a ser pior ano após ano. Somos fantasmas a comunidade internacional não se interessa por nós, querem todos que desaparecemos para que sejamos um problema menos. Pois estão enganados não nos vão fazer desaparecer e continuaremos a lutar pelos nossos direitos.” Mohamed, estudante saharaui.
São 8 os novos estudantes saharauis a quem foi negado o direito de matricula, mas são vinte os que protestam, a solidariedade e união entre os saharauis é um factor de força deste povo que resiste de forma não violenta desde 1991 (altura do acordo de cessar fogo).