PUSL.- Realizou-se esta tarde na Place de la République, em Paris uma manifestação com mais de 600 participantes que exigiram à comunidade internacional o respeito pelos acordos e promessas feitas ao povo Saharaui e que se obrigue Marrocos a cumprir os seus compromissos.
Os participantes saharauis, franceses e de outras nacionalidades apoiaram o direito legitimo do povo saharaui à autodeterminação.
Sahara Ocidental: A única solução é o referendo de autodeterminação
Ao lançar uma operação militar a 13 de novembro contra civis saharauis que se manifestaram pacificamente em El Guerguerat contra a construção de uma estrada ilegal na zona tampão, Marrocos violou o acordo de cessar-fogo celebrado em 1991. O exército saharaui retaliou em autodefesa. As forças de ocupação marroquinas também lançaram uma violenta repressão contra os protestos pacíficos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
Perante esta situação, o coletivo das Associações da Comunidade Saharaui em França e a Plataforma de Solidariedade com o Povo do Sahara Ocidental reúnem-se hoje, sábado, 28 de novembro de 2020, na Place de la République, em Paris.
Para :
– Manifestar o seu apoio ao povo saharaui ao seu direito à legítima defesa, na sequência do ataque perpetrado por soldados marroquinos contra manifestantes civis em frente à brecha ilegal de El Guergarat, em 13/11/2020.
– Denuncie a irresponsabilidade do Reino de Marrocos na violação do cessar-fogo, quando o seu exército cruzou a linha do cessar-fogo atacando os manifestantes civis saharauis.
– Denuncie o silêncio cúmplice da “Minurso” e da ONU em face desta violação. “Minurso”, que tem como principal objetivo organizar um Referendo, e que após 30 anos ainda não se organizou.
– Exigir uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, a fim de forçar Marrocos a não mais atuar como um “estado desonesto”, e a respeitar: o direito internacional e os seus compromissos com a comunidade internacional, no que diz respeito à autodeterminação do povo saharaui. Compromisso que assinou em 1991.
– Exigir do Conselho de Segurança a organização imediata, e sem demora, do Referendo de Autodeterminação, prometido desde 1991, permitindo ao povo saharaui a expressar-se livremente sobre o seu futuro.
– Exigir o fim da repressão nos territórios ocupados e a libertação dos presos políticos saharauis (especialmente os do grupo Gdeim Izik detidos há mais de 10 anos por Marrocos).
– Exigir o fim da pilhagem dos recursos naturais do Sahara Ocidental em aplicação dos acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia que especificam que Marrocos e o Sahara Ocidental são entidades distintas e separadas.
– Exigir o encerramento da brecha ilegal de El Guergarat, através da qual Marrocos saqueia as riquezas do Sahara Ocidental e afoga o continente africano com a sua produção de cannabis, da qual é o principal produtor segundo a ONU.
Pedimos também ao governo francês, que tem uma parte da responsabilidade na situação atual, que esteja em conformidade com os valores da República Francesa de liberdade e igualdade e, portanto, obrigue Marrocos a permitir a realização do referendo de autodeterminação, o símbolo quintessencial da liberdade.
E deixar de apoiar o Estado marroquino desonesto, para que ponha fim à ocupação ilegal do território do Sahara Ocidental e respeite os direitos humanos e os seus compromissos internacionais.
O povo saharaui está cansado de ver os seus direitos violados e os compromissos das Nações Unidas para com eles não respeitados. Está decidido a continuar a luta, sob todas as formas, por uma solução política definitiva para o problema da descolonização do Sahara Ocidental, no respeito pelo direito internacional e pelo direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação e independência. .
Coletivo de Associações da Comunidade Saharaui em França shdiaspora@gmail.com
Plataforma de solidariedade com o povo do Sahara Ocidental platformSO@gmail.com
Paris 27 de novembro de 2020
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