PUSL.- Mohamed Yahya Elhafed Iazza, preso político saharaui atualmente detido em Bouzakarn, encontra-se em condições de saúde muito precárias, com grave deterioração geral e sem a assistência médica adequada.
As condições de saúde do Sr. Iazza foram repetidamente denunciadas, bem como a negligência médica intencional por parte da administração penitenciária.
Além de asma crónica, ele sofre de anemia crónica severa segundo a sua família, sem cuidados médicos e dieta adequada. O último contato com a sua família foi há duas semanas. Na atual situação de pandemia e das medidas de proteção relacionadas à Covid, as ligações telefónicas são o único contato com o mundo externo, uma vez que visitas familiares não são permitidas.
No seu 13º ano de detenção, o Sr. Iazza ainda tem dois anos de prisão pela frente para cumprir uma sentença de 15 anos.
Mohamed Yahya Elhafed Iazza
O Sr. Iazza nasceu em 1966 em Tantan e foi detido em fevereiro de 2008. Foi condenado a 15 anos . Mohamed Yahya Elhafed Iazza é um ativista de direitos humanos, membro da CODESA e AMDH (Associação Marroquina de Direitos Humanos) em Tantan, sofre de várias doenças crónicas como asma, hemorróidas, reumatismo e anemia. O preso politico foi submetido a maus tratos e tortura. Em abril de 2014, apesar dos seus graves problemas de saúde, a administração da prisão de Ait Melloul negou-lhe qualquer tipo de assistência médica. Em abril / maio de 2014, fez uma greve de fome de 45 dias e foi transferido da prisão de Ait Melloul para Oudaya, Marrakesh. Ele já tinha feito uma greve de fome de 17 dias pelos mesmos motivos e em 2008 esteve em greve de fome por miasde 30 dias. Durante o tempo que esteve na prisão de Inzegan esteve por várias vezes o na cela de isolamento/castigo. Em 2009 na noite de sua transferência para Ait Melloul foi torturado por mais de 30 guardas ee entrou novamente em greve de fome.
Foi sequestrado na sua tradicional loja de tecidos saharaui a 29/02/2008 por participar numa manifestação pacífica em Tantan (sul de Marrocos) e condenado a 15 anos de prisão.
No mesmo dia foi levado ao quartel da polícia em Tantan, onde foi torturado durante 3 dias juntamente com outros jovens saharauis. Um grupo de policiais especiais chegou para a sessão de tortura.
Por 3 dias sua família não soube de seu paradeiro e sua medicação para asma foi retirada dele.
O Sr. Iazza identificou alguns torturadores como Mustafa Kamour, chefe de polícia e um policial chamado Abed Jalil Elwaaziz e outro chamado Dekir Ahmed.
Ficou 3 dias sem comida nem água, sem cobertores no chão.
Penduraram-no de cabeça para baixo pelos pés, depois na posição Dajaja (como um frango assado), espancaram-no com bastões, ameaçaram-no e foi “regado” com urina e lixo.
Na Prisão de Ouyada (Marrakesh) estava em uma cela de 5x4m com beliches junto com outros 26 presos (presos de direito comum), não havia ventilação adequada, a cela sempre cheia de fumaça e muito suja, a comida era escassa e faltavam nutrientes básicos , a água potável teve que ser comprada.
Tanto na prisão de Taroudant como de Ait Melloul não houve melhorias das condições de detenção.
Preso atualmente em Bouzakarn, continua a sobreviver em condições subhumanas após mais de 13 anos de detenção.