Argel- aps.dz- O enviado especial a cargo do Sahara Ocidental e dos países do Magrebe junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Comunidade Nacional no estrangeiro, Amar Belani, declarou na segunda-feira que o regresso do embaixador argelino a Madrid “será decidido soberanamente pelas autoridades argelinas no âmbito de esclarecimentos prévios e francos para restabelecer uma confiança seriamente danificada”.
Numa declaração à APS, Belani afirmou que “o regresso do embaixador argelino a Madrid será decidido soberanamente pelas autoridades argelinas no quadro de esclarecimentos previos e sinceros para reconstruir uma confiança gravemente afectada sobre a base de principios claros, previsíveis e coerentes com o direito internacional”. Quanto aos que especulam ingenuamente sobre “uma raiva passageira da Argélia, não estão em sintonia com a realidade”, respondeu.
Sobre as últimas declarações do chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, o enviado especial declarou: “São palavras desconcertantes e leves, que correspondem ao desejo de se eximir da pesada responsabilidade pessoal ao adotar esta surpreendente viragem na questão da Sahara Ocidental, que rompe com a tradicional posição de equilíbrio de Espanha”.
O enviado especial argelino para o Sahara Ocidental indicou que Sánchez pretende fazer crer de forma “ingénua” que a “nova posição do governo espanhol sobre a questão do Sahara Ocidental está de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e que está também em linha com a posição de outros países. Com isso, parece esquecer que Espanha tem uma responsabilidade especial, tanto moral quanto jurídica, na qualidade de poder administrador de juré (status recuperado em 2014 pelo Tribunal Superior Nacional) e como membro do Grupo de Amigos do Sahara Ocidental perante o Secretário Geral da ONU”.
Além disso, acrescentou o diplomata, a abordagem que consiste em relativizar a gravidade desta mudança de posição do governo espanhol sobre a questão do Sahara Ocidental comparando-a com a posição de alguns países sobre a autonomia é “abusiva e não reflete a realidade”. Lembrou que a administração norte-americana se refere a “uma abordagem potencial”, enquanto a França indica que é “uma base” e que o governo alemão se pronunciou sobre esta opção, chamando-a de “base possível”.
Para o Sr. Belani, “estamos longe da afirmação peremptória de que a autonomia seria a base mais séria, realista e credível, o que equivale ao reconhecimento indevido da natureza marroquina do Sahara Ocidental, um território não autónomo”.