A missão da ONU no Sahara Ocidental (Minurso) negou hoje ter se referido recentemente a um suposto comboio de armas da Frente Polisário que foi bombardeado em meados de abril, negando assim o que escreveram “um certo número de artigos na comunicação social marroquina”.
swissinfo.ch.- O chefe da MINURSO e Representante Especial, Alexander Ivanko, simplesmente “não disse isso” atribuído a ele pelos meios de comunicação marroquinos, segundo um comunicado da MINURSO lido hoje pelo porta-voz da ONU em Nova York.
O alegado ataque aéreo perpetrado por Marrocos ocorreu a 10 de abril na localidade de Bir Lehlu, território saharaui próximo da fronteira com a Mauritânia e, segundo um comunicado do Governo argelino, provocou a morte de uma mulher mauritana e feriu vários civis, argelinos e saharauis.
Os meios de comunicação marroquinos falaram então de um comboio armado da Polisario bombardeado por aviões marroquinos.
Três dias após os fatos, uma patrulha da Minurso chegou ao local e tudo o que viu foram três veículos – dois caminhões e um veículo leve – que “pareciam ter sido alvo de munição aérea”, segundo o Minurso.
No entanto, os capacetes azuis “não puderam confirmar de forma independente que houve vítimas nesse incidente”, esclareceram.
Desde que a Polisario declarou o fim do cessar-fogo com Marrocos (em vigor desde 1991) a 13 de Novembro, o conflito no Sahara transformou-se numa guerra de baixa intensidade que Marrocos nem sequer nomeia, enquanto os independentistas saharauis publicam incessantemente a sua “acção na guerra”.
A ONU pouco se refere a esses combates, mas na sessão do Conselho de Segurança, Ivanko referiu-se aos múltiplos obstáculos que as duas partes colocaram à MINURSO para se movimentar e verificar a gravidade dos combates.