PUSL.- Na sexta-feira dia 27, Sérgio Sousa Pinto presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, recebeu na Assembleia da República a activista saharaui Sultana Khaya a pedido do Movimento Democrático de Mulheres.
Sultana Khaya é a face visível de um conflito silenciado e das graves violações a que está submetido o povo saharaui nos territórios ilegalmente ocupados do Sahara Ocidental.
Sultana Khaya relatou os ultimos 557 dias de calvário sofrido por ela, a sua irmã e a sua mãe idosa isoladas e cercadas na sua casa em Bojador com raids nocturnos de forças de ocupação marroquinas que violavam as filhas em frente à mãe, lhes batiam indiscriminadamente e as regavam e injectavam com substâncias químicas.
O presidente da Comissão não pode deixar de referir que as violações de direitos humanos nos territórios ocupados eram terríveis e reafirmou o compromisso do governo português de se continuar a pautar pelas resoluções das nações unidas.
Sultana também referiu a necessidade de que a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) tivesse o seu mandato alargado para incluir a proteção da população civil.
Regina Marques da direção do MDM apelou a uma intervenção mais activa do governo português sobretudo junto das Nações Unidas onde disse “não podemos ser meros espectadores, mas sim contribuir activamente para que se agilize o processo de descolonização da última colonia de África”.
Mih Omar, delegado da Frente Polisario também referiu o papel importante que Portugal pode e deve desempenhar uma vez que é um exemplo a vários níveis e sobretudo no caso de Timor.