ALGIERS – APS.dz.- O Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Comunidade Nacional no Estrangeiro emitiu no sábado uma declaração após a votação pelo Conselho de Segurança de uma nova resolução sobre a Missão das Nações Unidas para o Referendo sobre a Autodeterminação no Sahara Ocidental (MINURSO).
“A consideração pelo Conselho de Segurança do relatório do Secretário-Geral da ONU, que inclui os pontos de vista do seu Enviado Pessoal para o Sahara Ocidental, ofereceu uma oportunidade valiosa para o Conselho influenciar a situação no sentido da promoção efectiva da descolonização do território através do exercício pelo seu povo do seu direito inalienável à autodeterminação”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Segundo a mesma fonte, “a resolução 2654 adoptada a 27 de Outubro de 2022 é o resultado, tal como as suas predecessoras desde que a potência ocupante questionou os seus compromissos com o plano de colonização levado a cabo pela resolução n.º 690 (1991), de um laborioso exercício de redacção desprovido da vontade de orientar e estimular os esforços no sentido de preservar a natureza da questão do Sahara Ocidental e de lhe aplicar escrupulosamente a doutrina e as boas práticas das Nações Unidas no domínio da descolonização.
“A posição adoptada pela Rússia e pelo Quénia é de saudar e deveria ter sido seguida pelo Conselho de Segurança para ser útil”, foi sublinhada.
“O Enviado Pessoal, Staffan de Mistura, cuja abordagem a Argélia compreende e encoraja, mereceu que o Conselho de Segurança o fortaleça com um mandato proactivo e um forte apoio para assegurar o mesmo nível de cooperação de ambas as partes, o Reino de Marrocos e a Frente Polisario, em particular a potência ocupante, cujas condições prévias visam tornar concebível uma paródia de uma solução que resulte numa anexação territorial pela força e pelo facto consumado”, acrescentou o ministério.
Continua: “A Argélia, que é movida por um elevado sentido de responsabilidade, tanto para com o povo do Sahara Ocidental como para com a região no seu conjunto no que diz respeito à eficácia das Nações Unidas, nota com pesar um sério risco de distorção e erosão do processo que seria prejudicial para a paz, estabilidade e segurança regional.
“Nestes tempos de grande incerteza na cena mundial, o compromisso com os objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas no Sahara Ocidental representa um teste à credibilidade das profissões de fé na indivisibilidade dos valores que devem reger uma comunidade internacional pacífica, amistosa e justa”, concluiu a declaração.