COMUNICADO DE IMPRENSA
A riqueza dos recursos naturais que o Sahara Ocidental possui condenou paradoxalmente o seu povo a ser negado o seu direito a esses recursos, que foram explorados primeiro por uma potência colonial (Espanha) e depois por uma potência ocupante (Marrocos).
Marrocos está a utilizar as Conferências das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas para tornar mais ecológica a ocupação do Sahara, incluindo nos seus CND (medidas climáticas) projectos no Sahara Ocidental ocupado.
Estes projectos não são consentidos pela população saharaui, são utilizados para apoiar e optimizar o roubo dos recursos naturais (areias, fosfatos, agricultura e pescas) e para mostrar o apoio privado à falsa marroquinidade do Sahara.
A própria energia extraída é um recurso, que se espera que seja utilizado para exportar para a Europa, que planeia a neutralidade de carbono até 2050 e tem mostrado planos que incluem países do Norte de África, incluindo Marrocos, como fornecedores de energia.
Como consequência desta ocupação, os Saharauis vivem nos territórios ocupados sob um regime colonial que viola os seus direitos humanos, em campos de refugiados em condições meteorológicas extremas, enquanto são excluídos das Conferências da ONU sobre Alterações Climáticas, e dependem da ajuda humanitária. Além disso, encontram-se numa diáspora a quilómetros de distância do seu país.
Por ocasião da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas 2022, mais conhecida como COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que terá lugar de 6 a 18 de Novembro de 2022 em Sharm el-Sheikh, Egipto, um grupo de activistas e defensores dos direitos humanos e do respeito pelo ambiente, juntamente com o apoio de diferentes organizações nacionais e internacionais lançou a campanha #COP27WesternSahara sob o lema: “O verde de Marrocos está manchado de sangue”.
ESTA CAMPANHA TEM 4 objectivos:
- Tornar visível a luta do povo saharaui durante a COP27 do Egipto.
- Demonstrar que os CND de Marrocos não são reais, porque incorporam projectos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, uma vez que este território é um território pendente de descolonização pelas Nações Unidas e qualquer investimento no mesmo constitui uma violação flagrante da legalidade internacional.
- Exigir que o povo saharaui tenha um espaço nas Conferências das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
- Denunciar #GreenWashing praticado por empresas transnacionais, como a Siemens Gamesa ou a Enel Energy, que construíram ou planeiam construir mega-projectos num território ocupado, legitimando assim a sua ocupação e perpetuando o sofrimento do povo saharaui.
Neste Cop27 o povo saharaui tem duas pessoas que participam na conferência, é a primeira vez que duas pessoas da sociedade civil saharaui obtêm acreditação para participar.
Para apoiar a campanha, disponibilizamos o seguinte link: várias organizações já aderiram à campanha, partilharemos também todo o conteúdo digital da nossa presença na COP27 nas nossas redes sociais: @JV_ACTIVA_SH, @wsnsorg, @sap