ALGIERS – APS.dz – O activista dos direitos humanos Mahrez Lamari apelou na segunda-feira ao Conselho de Segurança para assumir as suas responsabilidades para com o povo do Sahara Ocidental, assegurando que este exerce o seu direito à autodeterminação.
Numa contribuição por ocasião do 62º aniversário da adopção pela Assembleia Geral da ONU da Resolução 1514, conhecida como a “Declaração sobre a concessão da independência aos países e povos colonizados”, celebrada na quarta-feira, Lamari manifestou a sua preocupação com a continuação, “com impunidade”, das agressões de Marrocos contra o povo do Sahara Ocidental, apelando ao Conselho de Segurança a “assumir as suas responsabilidades a este respeito”.
O activista recordou, nesta ocasião, que o direito dos povos à autodeterminação foi reconhecido pela comunidade internacional há 62 anos, um direito “fundamental” e “inalienável” que tem sido exercido por muitos países africanos.
Infelizmente”, disse ele, “excepto no Sahara Ocidental, o direito à autodeterminação não foi realizado devido à obstinação do ocupante marroquino.
Este último continua, em violação da legalidade internacional, “as suas agressões, violam sistematicamente os direitos (do povo saharaui), pilham ilegalmente as suas riquezas naturais e procuram perpetuar o status quo colonial com a cumplicidade de alguns membros e poderes do Conselho de Segurança da ONU”, lamenta o antigo presidente do Comité Nacional Argelino de Solidariedade com o Povo Saharaui.
Face à negação do direito à autodeterminação do povo do Sahara Ocidental e ao colonialismo em todas as suas formas, contrariando os princípios da Carta das Nações Unidas e as disposições do direito internacional, Mahrez Lamari insiste na legitimidade da causa do povo saharaui e do seu único representante, a Frente Polisario, bem como na importância de “acompanhá-lo e apoiá-lo na sua luta de libertação até à conclusão da descolonização” da última colónia ainda existente em África, o que é inelutável.