PSUL.- Muito se fala da neutralidade no desporto e no futebol em específico. Nada está mais longe da verdade, uma vez que a neutralidade não é o apoio implícito de uma das partes de uma conflicto. A condição de neutral a daquele que não se declara nem por um nem por outro num conflicto.
O facto de se ignorar em absoluto os Direitos Humanos no Futebol, ficou claro no Catar e no escândalo Catargate do Parlamento Europeu que levou ao “descobrimento” do Marocgate.
Mesmo assim o mundo do Futebol parece estar totalmente imune a escândalos. Uma vez mais Marrocos apresentou a sua candidatura para ser um dos anfitriões do Mundial-2030 em Portugal, Espanha e Marrocos.
Já em Março de 2017 o rei marroquino, Mohamed VI, terá pedido a ajuda do seu homólogo espanhol, Felipe VI, para levar a cabo uma candidatura conjunta ao campeonato mundial de futebol de 2026 e para incluir Portugal no processo. Na altura tal como agora, várias organizações portuguesas e espanholas enviaram o seu protesto para as Federações Nacionais de Futebol e à FIFA devido ao facto de Marrocos não respeitar o Direito Internacional e os Direitos Humanos no Sahara Ocidental que ocupa ilegalmente desde 1975.
Não é surpreendente que o rei Mohamed VI anunciou a candidatura para 2030 de forma unilateral ignorando por completo os seus “parceiros”. O que é surpreendente é tanto a Federação Portuguesa como Espanhola não terem receio de cair na malha da corrupção de Marrocos ou talvez já tenham caído.
À luz do Marocgate e dos recentes acontecimentos no Catar seria louvável que a justiça olhasse com lupa para esta candidatura.
Em relação às violações de direito internacional e direitos humanos não esperamos que sejam factores de preocupação uma vez que ficou bem claro no Catar que o Futebol, os seus desportistas e adeptos não estão minimamente preocupados desde que haja festa e dinheiro a rodos.