infobae.com.br – O enviado da ONU para o Sahara Ocidental, Staffan de Mistura, prosseguiu o seu périplo pela região com uma paragem na Argélia, cujo governo reivindicou uma vez mais “o direito do povo saharaui à autodeterminação” após a recusa de Marrocos em considerar outro plano que não a sua própria iniciativa de autonomia.
De Mistura encontrou-se com o ministro argelino dos Negócios Estrangeiros, Ahmed Attaf, que sublinhou o “apoio total” de Argel ao trabalho do enviado. De Mistura espera que os seus contactos culminem na reativação de negociações “directas” entre o governo marroquino e a Frente Polisario, “sem condições prévias e de boa fé”, segundo um comunicado do ministério.
Argel, um dos principais aliados da Polisario e sem relações diplomáticas com Rabat desde 2021, lembrou que, aos olhos da própria ONU, o Sahara Ocidental continua a ser um território pendente de descolonização. Uma vez terminada a sua visita à Argélia, o gabinete de Attaf anunciou que De Mistura viajará para a Mauritânia, outro dos países listados como “observadores” neste conflito, de acordo com a nota oficial.
A ONU, no entanto, não deu praticamente nenhuma informação sobre esta deslocação, que incluiu paragens em El Aaiún, Dakhla e Rabat. No âmbito destes contactos, o secretário-geral da ONU, António Guterres, recebeu na segunda-feira em Nova Iorque o secretário-geral da Frente Polisário, Brahim Ghali, que também se manifestou em termos semelhantes à Argélia.
Por outro lado, o ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros, Nasser Burita, sublinhou em comunicado, após o encontro com De Mistura, que a solução para a antiga colónia espanhola se baseia “exclusivamente” no plano de autonomia apresentado em 2007 pelo rei Mohammed VI e que não contempla a possibilidade de autodeterminação em nenhuma circunstância.