
08 de abril de 2016 por porunsaharalibre
Delegação saharaui em Espanha, 07 de abril de 2016
Uma comissão internacional de juristas, observadores dos direitos humanos foi detida na tarde de ontem, 06 de abril de 2016 na capital marroquina. Integravam a comissão um juiz-magistrado e quatro advogados espanhóis, além de um advogado belga e dois franceses, a comissão viajou para Rabat como observadora de Direitos Humanos, na tentativa de verificar a deterioração da saúde de 13 presos políticos saharauis, depois de 37 dias em greve de fome.
Embora os advogados tivessem declarado à entrada, no controle do aeroporto de Rabat, os motivos de sua viagem, a polícia marroquina invadiu o hotel onde estavam hospedados e depois de lhes retirar toda a documentação foram levados para uma esquadra, onde foram submetidos a quatro horas de intenso interrogatório e mantidos incomunicáveis em salas isoladas. Durante a sua detenção, os advogados não foram postos em contacto com o pessoal diplomático dos seus respectivos países, apesar de repetidos pedidos. A policia teve que dar assistência médica a um dos advogados espanhóis que haviam sofrido lesão num pé produto da entrada forçada no carro da polícia.
A delegação saharaui em Espanha, reitera a nossa rejeição e condenação da atitude desafiadora do Reino de Marrocos, que viola sistematicamente os direitos humanos do povo saharaui. Condenamos mais uma vez o impedimento que Marrocos impõe a todas as atividades destinadas a assegurar o respeito pelos direitos humanos no Sahara Ocidental. Esta ato não é uma ato isolado e vem reforçar o nosso pedido formal de um contingente das Nações Unidas de uma missão internacional com a componente dos direitos humanos e a na implementação necessária do plano de resolução que inclui o referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental.
Em relação aos Presos Políticos saharaui, além do Grupo Gdeim Izik injustamente condenado por um tribunal militar, sem competência para fazê-lo com base em confissões obtidas sob tortura, Marrocos tem nas suas prisões dezenas de saharauis cujo único crime são as suas reivindicações políticas.
Esta delegação, em nome do povo saharaui, solidariza-se com os nossos prisioneiros políticos e exigimos a sua libertação imediata e incondicional. Denunciamos a perseguição sofrida pelos familiares e amigos de presos políticos nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental, um território que Marrocos invadiu militarmente e em que, há mais de quarenta anos, comete crimes graves de apartheid e genocídio contra a população indígena .
Reiteramos a nossa profunda gratidão aos advogados expulsos pelo seu trabalho louvável na busca da verdade e da defesa dos Direitos Humanos, gratidão que se estende a toda a comunidade de advogados, juízes e promotores, que por tantos anos acompanham o povo saharaui na sua luta pela justiça e autodeterminação.






